Onde está a poesia?
Alguém recortou-lhe o espírito
e a colagem foge ao universo verbal
ilha de edição? Continentes, planetas..
Um poema hoje, não tem versos
são idéias puras
desvinculadas de toda fisicalidade possível
onde está o poeta?
Hoje ele se esconde
Medo de se tornar um “big”brother...Medo?
Hoje ele está disfarçado, por detrás das lentes,
ou de um pincel, um lápis ou abraçadoà uma prancha
escondido num túnel cinético de água, espuma e iemanjá
transveste-se como um palhaço, puro disfarce
porque já perdeu seu corpo, sua forma
sua função de não ter função
é o poeta ou o poema que já não tem corpo?
E que diferença isso faz?
Ele fala...
A poesia virtualizou-se numa constante reedição
num photoshop surReal
que é comente ouvido
por aqueles que tem olhos poéticos
(é preciso olhos bem abertos pra ouvir as sutilezas que geme a Terra)
A crueldade romântica libertou-se dos auto-flagelos sentimentalistas
agora ela é puro entusiasmo incondicional
e finalmente soltaram-se as amarras semânticas,
Cinestésicas, misturaram-se ao rio de tudo
o Amazonas da arte, que
despreparadamente organiza
a composição de uma bagunça
bagunça de sentidos, sublimando-se à foz, beijo no mar
beijo por inteiro, dissolve-se... pouco a pouco nas correntezas inúmeras
CapEta-lirismo... Capetalismo, consumismo; Kptal-ISMO
No sal conservam-se os infinitos “ismos”
que já não intensionam sequer significar
e no movimento de ruptura de uma onda que atravessa o oceano adentrando continentes e se misturando ao pulso da paisagem invisivelmente eu... grito: