sábado, 6 de outubro de 2007

utoviva















Vivas-Utopias-Vivas

Sou o não existir
porque existo sob qualquer forma
de existência
do virtual concreto
à concreta incompletude
Ator, atuo, aturo: velhice-juventudes cinestésicas
Sou o que seria se fosse, sendo o que não é (porque ainda não existe)
sou qualquer coisa que finge ser
e é, e não é, e sendo o que pode não ser e o que não pode, mas é
sou do paradoxo o que tem de nexo
sou da lógica e a loucura um sexo
entre semelhantes não complementares
de distancias presentes, me aproximo
mesmo quando sem querer com a vida rimo
Proximidades distantes
onipresença localizável
ecos, bocejos, variantes deuses ou universos
ou EU´s, ou formas de sentir... de ser, ecos
Sou o peso sonâmbulo
leveza imprevisível de um pendulo
entre um e outro movimento
Dos sonhos sou inocência consciente
da insônia sou sonhos acordados,
vida sonhada, criada
e de toda destreza escravizada
sou feiúra enfeitada
A beleza na pintura estigmatizada
preso (ou livre) na atemporalidade
nas palavras póstumas
no consumismo de falsas individualidade
Sou o Fugere Urbem escondido em cada cidade
o silêncio aflito de um protesto
a calmaria de um caos sem contexto
sou a mentira invertida, verdades que crio
verdades que nego
hipocrisias que ignoro
o controle disfarçado de progresso
sou também o que temo
coragem para inalar tanta sujeira
e depois voar continentes e universos
à procura de existas belezas que invento
Sou ruínas, muros da libertação
sou raízes, estações, gerações, espécies
Sou tudo que há de vertigens equilibradas
Riscos, perigos, rabiscos, rascunhos
da perfeição com que penso
vivo, aquém de toda tirania
sou a mistura alquimíaca de movimentos
Sou choque entre ondas, visíveis ecos
sou a lava vulcânica dentro dos protestos
sou o que não resta, invento-me, vivas-utopias

Uirá Felipe

1 Comment:

Anônimo said...

Mário Quintana escreveu sobre você em seu Projeto de Prefácio que reproduzo aqui:

Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.

Porque vc continua sempre e nunca para no fim, um abraço do amigo,
Eliezer.