quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Árvores Nômades





















Procurei muito sem encontrar

até que decidi criar

minha própria paz

minha capacidade própria de ser feliz

e consegui.


Para realizar minhas

mais satisfatórias alegrias

criei um caminho pra conhecer você

e o nosso encontro foi rápido,

dinâmico o nosso conhecendo


















e agora é de repente tão insuportável

a expectativa de querer te rever

de repente a paz se dissolve em ansiedade

e o peito, o peito arde e arde

e os ponteiros fazem barulho

o tempo passa quase parando

que desejo explodir essa angústia


mas no cansaço das expectativas

me pego sonhando acordado

indo ao primeiro toque

o encontro, os olhares, as dúvidas

as incontestáveis certezas...


















cada dia parece preencher anos de minha existência

cada hora parece me levar à um novo-estado

e o tempo simplesmente não existe

de tão dinamizados que ficamos

numa sintonia viva


meus lábios sorriem

a expectativa ainda dói

mas alegrias das memórias vivas

cheiros inconfundíveis, cores na respiração

me preenchem com as emoções mesmas

e o tempo finalmente deixa de existir

novamente... assim, sintonizado

cinético, enraizado, duplo... multiplicado

como árvores nômades e livres,

criativas, libertárias e expostas raízes



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Máfias do Saber


















Desconstruindo fatos

na objetividade de produção

notícias são inventadas

escadaria da hegemonia de vendas

mentir dá dinheiro

e o inteligente mascarado

na real? É um caloteiro

de si mesmo

caminha inversamente

dentro de seu próprio labirinto

consciente ou não

hierarquiza o conhecimento

subtrai culturas

recria miséria e violência

reforça irrelevâncias

confunde, manipula, sensacionaliza

desconstrói a vida

divulgando, impondo-se

à base da força do ilusionismo

numa exploração da ignorância alheia

introjetados palpites

subliminares normas e convites

os povos, calam, dissolvem-se, tristes

esmagados por tropas de cruéis elites

de plástico sangram indecisas orquídeas

neste mosaico de eras e indefinições

neste pluralismo da Idade Mídia

Confirmações



















Clamando, amando, gritando

e a música toca

nas moléculas da atmosfera

com suas ondas de rádio

pirateadas por uma tecnologia de nacionalidade qualquer

e ele ouve aquelas palavras no ar, aqueles sons e melodias

toda aquela ventania que musical lhe adentra o abdômen

com emoções, quase planejadas de tão exatamente desejadas,

ao acaso? - se pergunta

precisa ir, precisa buscar

tudo confirma-se

no universo que apresenta-se

“Então vá fazer o que te faz feliz

não troque a liberdade por pura ilusão

use sua cabeça e também seu coração”

e sem hesitar

não sente remorsos

vai, deixa o que “tem pra fazer”

e tudo que parecia inadiável

de repente torna-se inerente

vai ser feliz, agora

Vestir-se da alegria de viver

ser o que há de mais biointeligente

vivendo por inteiro, completa-se

sendo o todo, o viver, corpo e mente.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Sinergias do Tempo




Agradecendo; engrandecendo

Fico a observar cada detalhe de teu rosto. E você dorme e nem sabe que estou ali, te amando. Talvez saiba, seus lábios carnudos quase sorriem, como se estivesses também sonhando na mesma intensidade que vibram minhas retinas a namorar tua luz. As montanhas por teu corpo são minha maior fonte de mistério. Curvas, retas, pêlos, cicatrizes, poros, a íntegra geologia do teu ser, essa história viva e a tua plácida respiração, como um bebê crescido, criança madura, juventude à flor da pele, no estado existencial que irradia o que há de mais vivo em ti.

Nada mais pode ser tão evidente quanto a perfeicão que crio através dos devaneios que sou capaz de viver com você. Epifanias, tão vivas quanto as dúvidas que se apagam. A vida, de repente, parece que se tornou mais transparente. As cores estão mais nítidas, sinto cada profundidade, cada curva e tom; o movimento de cada coisa que miro, e vibro, vivo, vivas todas as coisas, todas as coisas tão vivas quanto eu, que jamais se repetirão, essa genuína e eterna virgindade de todas as coisas.

O silêncio entre nossos olhos é rico e intenso, parece nele caber todo o preenchimento do meu ser. Me visto em meu próprio corpo, talvez inédito, completamente livre e feliz, nu e satisfeito. Conheço cada respiração do universo, e um chôro, quase que emergindo de solidões a muito amortecidas pela névoa de uma sinistra infância forçosamente esquecida ou reinventada, sobe pelos meus músculos, invadindo meus tecido e células e fluindo junto com o magnetismo do meu sangue por toda a homeostase de minha orgânica existência.

O suor do prazer parece levar consigo o mesmo sal das lágrimas que não ousei chorar em infância. Criança forte que aprendeu cedo a amarrar o rosto como que para se compreender, pura necessidade de encontrar a capacidade própria do auto-controle. Força, que invadindo na tentativa de segurar os tremores, os medos e as dores, me machucava ainda mais. E essa força bruta e acumulada de repente se dissolve numa nova força intensamente mais poderosa: a força do movimento, a força do agora.

O suor pinga por nossos corpos brilhantes. Sais e seres misturados, movimentos confundidos, objetivos sintônicos, felicidade intrínseca.

Sempre falei ou escrevi muito sobre o amor, mas só agora entendo o quão imaturo sou, ou talvez seja, o amor, incondicional e essencialmente habitado por mistérios grandiosos.

Nascem incontáveis seres humanos em incontáveis hospitais, casas e tribos por todo o mundo. Morrem outras tantas incontáveis pessoas, únicas por natureza. E eu morro e nasço para aprender de novo que nada sou se não o movimento que no mundo imprimo, cada movimento que o mundo me faz e eu recrio-o.

Parece imprescindível que se aprenda muitas e muitas vezes a não se saber de nada. Açudes que desaguam-se em rios velozes até o dinamismo máximo de se dissolverem em oceano, ondas, correntezas e marés, e o mundo todo em nossos lábios, o terremoto de nossas línguas, tsunamis internos, salivas que dissolvem nossos hábitos, renovam nossos hálitos nos habitando com este imenso calor e esse requinte luxuoso de uma superioridade de existência, um afago da inocência na sabedoria, unidas pela pureza translúcida da mais envolvente alegria e bondade. Sinto-me grato, infinitamente, infinita...mente, agradecido e imenso.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Arquétipo Vivo

















Lágrima repentina
e muita felicidade
gota de cristalina Alegria viva

Contigo...

Fico tonto, mas é bom

pois o mundo gira

quando observo teu cheiro

sinto vertigem, e é boa

quando olho seus olhos

e neles

adentro o mundo inteiro

fico sério, e é consciente

de tamanha alegria

[o que há de mais importante neste mundo]

e vivo

a desenhar este mistério

Analogias















Existe o conhecimento

o isolamento

o crescimento

a mente

e a SuperAção


Mas ao mesmo tempo

existe a humildade

a comunhão

o aprendizado

a gente

e a Emoção



A sensibilidade é uma razão inconsciente



















É como...

geratriz da nossa consciência racional

(existe razão pura?)


A lógica temporal da sensibilidade

é própria

não calcula, não limita

apenas cria

ao interpelar

a realidade coletiva

pra produzir uma realidade individual

que quando queremos

se torna também coletiva, espacial

Imagine
























Não tente descobrir o que eu imaginei

imagine você


Minhas palavras não são roteiros

nem esboços

e somente quem lê

pode dizer o que são

estas palavras lidas

é você quem escreveu

com os olhos

e o olhar

que sai de dentro de você...