quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Alegria Viva













Toda verdade é viva

porque

estando atrelada à um espaço-e-tempo

está, portanto

em constante transformação

dinamismo, era da informação:


nenhuma verdade pode ser imutável

.

.

.

Tiro as roupas

quero sentir com todo o corpo a nudez do mundo

quero escrever sem sentir-me mascarado

mas não há som na nudez

a cristalinessência me deixa mudo de espanto

e entusiasmo, eletricidade paralisante

é como se qualquer musica pudesse habitar-me


mas antes que as palavras percam seu contexto

coloco um chapéu, uma cor, um papel

papel-marchê

e cito a civilização

esse pêndulo

entre

inutilidade_&_necessidade


Uirá Felipe

VORAGEM



















Voragem . . .

(Vertigem+Coragem)

. . . pra voar sem sair do chão

-----------------------------------------------

Sinto-me encurralado
na guerra entre dois mundos
um me pertence
o outro me devora
As pessoas, de um dos lados
me julgam em cima do muro

mas no meu universo não existem muros

Uirá Felipe

============================

"E que amanhã tudo talvez
Nos apareça claro como foi no início
A mesma ilusão de amor nos faz saltar feliz
De um novo precipício

E então vamos sentir de novo
O gosto da eternidade
E confundir instantes de alegria com a real felicidade

Ou, sem percebermos,
Os dias irão passando como um trem sem estação
E lá estaremos nós com os pés no chão
Mas encostando o céu com a palma das mãos

Tudo é possível, não há nada que se possa deter
O que era impossível acaba de acontecer"
[ Tudo é possível - Paulinho moska]

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Indefinição Ativa
















Onde está a poesia?

Alguém recortou-lhe o espírito

e a colagem foge ao universo verbal

ilha de edição? Continentes, planetas..

Um poema hoje, não tem versos

são idéias puras

desvinculadas de toda fisicalidade possível

onde está o poeta?

Hoje ele se esconde

Medo de se tornar um “big”brother...Medo?

Hoje ele está disfarçado, por detrás das lentes,

ou de um pincel, um lápis ou abraçadoà uma prancha

escondido num túnel cinético de água, espuma e iemanjá

transveste-se como um palhaço, puro disfarce

porque já perdeu seu corpo, sua forma

sua função de não ter função

é o poeta ou o poema que já não tem corpo?

E que diferença isso faz?

Ele fala...

A poesia virtualizou-se numa constante reedição

num photoshop surReal

que é comente ouvido

por aqueles que tem olhos poéticos

(é preciso olhos bem abertos pra ouvir as sutilezas que geme a Terra)

A crueldade romântica libertou-se dos auto-flagelos sentimentalistas

agora ela é puro entusiasmo incondicional

e finalmente soltaram-se as amarras semânticas,

Cinestésicas, misturaram-se ao rio de tudo

o Amazonas da arte, que

despreparadamente organiza

a composição de uma bagunça

bagunça de sentidos, sublimando-se à foz, beijo no mar

beijo por inteiro, dissolve-se... pouco a pouco nas correntezas inúmeras

CapEta-lirismo... Capetalismo, consumismo; Kptal-ISMO

No sal conservam-se os infinitos “ismos”

que já não intensionam sequer significar

e no movimento de ruptura de uma onda que atravessa o oceano adentrando continentes e se misturando ao pulso da paisagem invisivelmente eu... grito:

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Procura-se













Procura-se uma família

procura-se um emprego, ou NUM emprego...

procura-se no jornal, numas revistas...


Programas de todos os tipos nas televisões,

num noticiário, no rádio, naquele belo filme,

numa novela, um desenho, na beleza do carnaval

nas curvas da paisagem, nos segredos dos ventos

no som das chuvas, dos pensamentos, num recital...


procura-se um porque, porque?

procuram-se inúmeras respostas

procuram-se perguntas?

(pergunto eu)


Procura-se, disso sabemos

porque vivemos, sentimos

procuramos...

pro cura amos ...

pR 0 Cur -A- m o S

até a procura se fragmentar...


Procura-se procurar,

ou procura-se encontrar?


O que me motiva?

Não entender, criar...


Procurar já é um encontro?

Ou encontrar é a verdadeira procura...(?)


As verdadeiras perguntas

são simples afirmações.

As verdadeiras respostas

são complexas indagações


Uirá Felipe

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

h-Á-migos

















Quero amigos sabiamente calados
destes que não tenham nada a me dizer
nada por querer ouvir
destes que o silêncio não precisa ser disfarçado com palavras
destes que compreendem
o prazer de compartilhar
utopias reais,
sonhos, sorrisos
e todo este infinito
de dividirmos, especiais,
as sutilezas de existir.

domingo, 2 de setembro de 2007

OuçAlém



















O silêncio
me parece
é um tipo de música
que canta
infinitas
de nossas intimidades

e tenho atentado
meus ouvidos
à este vazio
capaz de pleno
capaz daquilo exato
que eu definir
com as emoções pensadas
e os pensamentos emocionados

e este é o melhor exercício
pra esculpir todo o restante
de nossas
coletivas realidades...