Serão enigmas ou mistérios
as transformações que ultrapassamos
no misturar duas salivas
dois ritmos orgânicos
linguagens, culturas... mista essência?
Porque um fenômeno vital
invade circunstancialmente
por repleto desejo inevitável
à um outro foco de sintonia viva?
Que fronteiras são estas
que um beijo é capaz de abolir?
Que represas são estas
que um abraço consegue desfazer
e alagarem-se terrenos mutuamente?
Que calor é este que sobra
e sobe e se desdobra numa erupção
de lavas frescas como segredos e surpresas?
Que movimento é esse
que uma unitária consciência
deseja expandir-se numericamente?
Que postulado sustentará
essa ilógica do Amor
onde do infinito ao unitário
tudo pode se tornar una-sensciência?